Olá acadêmicos!! Segue aí a primeira postagem do Interesses da Galera, uma crônica
superatualizada falando de como o aluno aprende. A relação professor – aluno não
poderia ficar de fora, não é? Então confira a primeira crônica!
Aprendendo a aprender
O
que determina que um aluno aprenda? Que relação é crucial nesta trajetória do
aprendizado?
Kupfer
¹ questiona sobre os determinantes psíquicos que fazem um ser desejante de
saber: os “porquês”.
Os
primeiros conhecimentos que a criança adquire são através dos porquês que, segundo
Freud, existem na realidade para esclarecer perguntas como: “de onde vim, para
onde vou”. Ou seja: sua origem.
Uma
das primeiras descobertas é a da diferenciação sexual anatômica entre os sexos,
onde a criança “descobre” que existem meninos e meninas. A partir dessa
angústia é que a criança começa a querer saber.
Contudo,
a criança não aprende sozinha. É preciso um professor para que este aprendizado
se realize. Mas nem sempre isto é possível, então, aprender para a Psicanálise,
pressupõe a presença de um professor, colocado em uma determinada posição, que
pode ou não proporcionar aprendizagem.
Da
perspectiva da Psicanálise, não se focalizam os conteúdos ensinados, mas o
campo que se estabelece entre o professor e seu aluno, que proporciona
condições para aprender, seja qual for o conteúdo. Este campo é a
transferência.
A
transferência é um conceito psicanalítico em que o sujeito desloca sentimentos
já vivenciados no passado (de amizade, de admiração ou mesmo sentimentos
negativos) para uma pessoa na atualidade, de maneira inconsciente. Esta pessoa
pode ser um professor.
O
aluno transfere para o professor seus sentimentos (carinhosos ou agressivos)
que viveu primitivamente com os pais. O professor utiliza esta ascendência para
transmitir conhecimento e valores.
Mas, o que leva uma
criança a aprender?
Parece
que o aluno não “quer” que o professor desvende este enigma. Simplesmente o
coloca em um determinado lugar e espera que ele o suporte.
Em
contrapartida, o professor é movido pelo desejo, e é este desejo que o faz
professor. Este desejo justifica sua função, mas ele precisa negá-lo e de uma
certa forma, assumir o lugar que o aluno o coloca, a fim de que o aluno produza
sentido em seu conhecimento.
Talvez
com base nesta questão, Freud coloca que a educação é impossível e que pode
beneficiar sim, alunos e professores, mas como qualquer outra área a que se
possa recorrer.
Uma
questão importante a ser pensada, é a da abertura de um espaço psicológico na
universidade, que parece tomar forma, contorno, a partir do momento em que se
começa a pensar na transferência. Não prender o aluno aos conceitos, mas
observar o que o motiva. Afinal, quem nunca teve um professor idealizado? Quem
nunca pensou em ser professor por causa de seu próprio professor?
Referências:
KUPFER¹, Maria Cristina. Freud e a Educação. O mestre do impossível. São
Paulo: Scipione, 1992.
Autora: Keli
Cristina Lautert
Psicóloga Especialista em Saúde Mental Coletiva
Mestranda em Educação
Psicóloga do NAE.
Querida Keli!!! Parabéns por este espaço!! Um beijo especial! Nadya
ResponderExcluir