sexta-feira, 21 de junho de 2013

Três perguntas para Cleber Gibbon Ratto



Confira a segunda resposta sobre o tema Tecnologias e Educação:

2 - É possível diferenciar informação e conhecimento?

Há uma diferença muito grande! Informação não se transforma "naturalmente" em conhecimento. Para que informações sejam transformadas em conhecimento é necessário que elas façam algum sentido na nossa vida. Vivemos numa realidade onde há uma quantidade enorme de informações. Somos bombardeados por elas a todo instante e por diferentes meios, mas isso não garante que sejamos uma sociedade do conhecimento. Informação se transforma em conhecimento apenas quando ela nos toca, nos afeta, quando provoca alguma transformação na nossa vida. Todos sabem que muitas informações chegam até nós sem ter qualquer importância ou impacto sobre nossos modos de ver as coisas, de pensar e de ser no mundo. Às vezes, inclusive, o excesso de informações nos impede de efetivamente construirmos conhecimento. Um exemplo bem claro disso é o modo como a navegação compulsiva nas redes sociais nos faz muitas vezes sentir vazios, como se estivéssemos "muito informados" de tudo, mas não tendo "vivido de fato" coisa alguma. Cada um precisa fazer a gestão do uso das tecnologias em sua vida para que não seja refém delas, apenas repetindo condutas-clichês, aquilo que todo mundo faz ou pensa, mas sem mesmo saber por que ou qual sentido aquilo faz na sua vida. Construir conhecimento é bem mais que consumir informação!!! Para construir conhecimentos precisamos saber selecionar o que realmente importa, o que é significativo, aquilo que pode transformar nossos modos de ver, ouvir, sentir, pensar, conviver... e isso sim é conhecer! Daí a grande importância que continua tendo o professor como um "parceiro" na aventura de realmente conhecermos as coisas e não apenas estarmos informados sobre elas.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Inovando no mercado de trabalho


O Censo do IBGE comparou a profissão de 3,5 milhões de trabalhadores formados em 21 áreas diferentes. Os pesquisadores descobriram que a maioria deles (53%), está hoje em uma profissão distinta daquela para a qual se preparou. Fazendo a soma desses fatores, é possível atribuir que, somente ¼ das pessoas que escolhem uma profissão, irão realmente trabalhar naquilo que escolheram. Outros ¾ vão escolher outros caminhos profissionais.
Logicamente sabemos que a escolha profissional, não é algo rígido, que essas mudanças podem acontecer e são naturais. Mas, o que fazer quando o egresso se dá conta que a escolha da profissão não foi acertada?
Um dos fatores pode ser a falta de uma adequada orientação profissional.  Por outro lado, o caráter empreendedor deste aluno às portas do mercado de trabalho, poderá ditar a sua satisfação com a sua profissão.
Daw Harper, no seu livro Rumo a uma teoria de equipes empreendedoras (2008), refere que o empreendedorismo envolve a descoberta e a criação de novas soluções e finalidades. Para esse autor, a descoberta empreendedora é definida como um processo de solução de problemas de busca por lucro, que acontece em condições de incerteza estrutural, exigindo o exercício de imaginação e julgamento crítico na identificação de problemas (oportunidades) e na geração de soluções para serem testadas.
Atualmente o mercado de trabalho traz uma gama de oportunidades, entretanto, para aproveitá-las é necessária uma definição interna do que se quer ser e fazer. Nas palavras de Gabriel Carneiro Costa, em seu livro Encantador de Pessoas, “antes de saber o que eu gostaria de ter, deveria definir o que eu gostaria de ser”.
A partir disso, é possível traçar um plano e definir algumas metas a serem atingidas, isso também inclui a escolha de uma profissão.
Para auxiliar aqueles leitores que enfrentam incertezas, quanto à escolha correta do curso e, consequentemente, quanto à profissão que exercerão, o NAE conversou com Andréia Lemos de Souza, aluna egressa do UNILASALLE, da turma de 2011, para compartilhar sua experiência e os rumos que tomou na sua vida profissional. Hoje, Andréia atua com analista de Recursos Humanos na terceira maior empresa de hosting do país.

Acompanhe, a seguir, a entrevista:

Blog do NAE: Como você escolheu a sua profissão? Foi a sua primeira graduação?
Andréia Lemos de Souza: Vivemos em uma sociedade que diariamente nos apresenta novas possibilidades e reinventar é a grande chave do sucesso. Sempre fui apaixonada por pessoas, suas histórias, sonhos e aspirações. Neste contexto, após atuar por quase uma década na área da saúde, e assim completar um ciclo de aprendizado importantíssimo, percebi que poderia ir além e que precisava constituir novas competências sem perder minha essência. Por acreditar que pessoas fazem a diferença me permiti ir em busca dos meus ideais, assim aos 30 anos, ingressei no curso de tecnólogo em gestão de RH do Unilasalle.

Conte um pouco as sua trajetória acadêmica e a sua inserção no mercado de trabalho.
Durante o período da minha primeira graduação, tive a oportunidade de conhecer novos cenários que me levaram a refletir sobre meus propósitos e objetivos me instigando a ter um olhar mais abrangente e conectado às mudanças e necessidades do mercado.
Com uma personalidade forte e inquieta, consegui, ainda na graduação, migrar para um novo cenário profissional. Neste novo ambiente percebi que as organizações como um todo buscam profissionais que tenham habilidade para atuar de forma estratégica e, principalmente, que tenham paixão pelo que fazem. Autoconhecimento e disciplina também ajudam a fazer a diferença.

Esperava trabalhar em algo inovador na sua área? Como surgiu esta idéia?
Acredito na construção diária do indivíduo e, ao olhar para o passado, acredito que fiz a escolha correta. Não segui nenhuma fórmula mágica de sucesso, mas busquei sempre harmonizar meus objetivos a uma carreira sólida e que me proporcionasse bem estar e realização, afinal, tenho um compromisso comigo mesma. Uma boa dica para quem está em processo de formação ou para quem está planejando migrar para outra área profissional é reconhecer seus limites e de forma coerente não deixar sua essência de lado, afinal o mercado busca talentos, por isso identifique os seus e potencialize-os. Além disso, uma formação mais sólida permite maiores condições de desempenhar suas atividades e trazer os resultados esperados. Desta forma você conseguirá fazer a diferença em qualquer área de atuação que escolher. 




quarta-feira, 12 de junho de 2013

Tecnologias e Educação



A partir desta semana, o Blog do NAE inaugura uma nova sessão. Trata-se do espaço "Três perguntas para...", sempre com um professor falando de situações do cotidiano acadêmico. Nosso primeiro entrevistado é o pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Educação (Stricto Sensu) do Unilasalle sobre tecnologias e educação, Prof. Dr. Cleber Gibbon Ratto. 

1. Em sua opinião, por que os alunos jovens são bastante atraídos pelas tecnologias e as utilizam como forma de estudo?

As diferentes tecnologias atraem especialmente os alunos jovens e se inserem no seu cotidiano, porque eles constituem, quase de modo geral, uma geração de nativos digitais. Nasceram num contexto no qual as tecnologias estão presentes desde muito cedo em suas vidas e de diferentes modos. Essa atração deve ser vista por nós professores como uma excelente oportunidade de experimentar novas formas de estudo, de leitura, de aprendizagem e de convívio social, porque esse movimento de crescente "tecnologização" da educação é irreversível. Não há como vivermos "fora" do mundo das tecnologias. A grande questão é COMO vamos viver essa experiência? O quanto ela pode ser efetivamente criativa e ampliar nossas possibilidades ou nos limitar a mera repetição do "consumo" de novidades sem nenhum uso mais crítico ou inventivo? O uso das tecnologias por si só não garante novas formas de estudar ou de aprender... É preciso que saibamos experimentar as tecnologias no nosso cotidiano de estudo e avaliar o efeito disso sobre nossos estilos de aprendizagem. Cada estudante poderia muito bem fazer esse exercício crítico de tentar compreender qual o SEU estilo de aprendizagem e como as tecnologias digitais ajudam ou atrapalham.


Confira na próxima semana a segunda resposta!