O NAE Repórter, em sua primeira entrevista
traz o trabalho de acadêmicos e professores na missão de voluntariado em
Moçambique. No último dia 06/02 chegou ao Brasil o grupo formado por oito
voluntários de IES Lassalistas que passaram 21 dias na Comunidade de Beira, em
Moçambique.
O projeto Voluntariado Lassalista Brasil –
Moçambique é uma proposta da Província La Salle Brasil-Chile e de
responsabilidade dos setores da Educação Superior da Rede La Salle e da Pastoral
Universitária (http://voluntariadounilasalle.unilasalle.edu.br/).
Alicerçados no tripé lassalista de Fé,
Fraternidade e Serviço, o projeto visa sensibilizar acadêmicos e colaboradores
das IES Lassalistas do Brasil, oportunizando uma rica vivência humana e cristã
da missão educativa lassalista em Moçambique.
A seguir, trechos das entrevistas com três
acadêmicas do Unilasalle e com a Diretora de Graduação, professora Lúcia Rosa.
Como surgiu a idéia de ser
voluntária em Moçambique?
Já participei de outras ações de voluntariado e,
quando soube da missão lassalista em Moçambique, fiquei interessada em
participar. A leitura dos livros do Mia Couto me intrigou muito quanto à vida na
cidade africana, e gostaria de contribuir de alguma maneira com quem tanto
necessita. Vivemos em um país cheio de oportunidades, é difícil imaginar como
alguém pode viver sem água e luz elétrica. Amenizar essas dificuldades com
dedicação e propostas de atividades pedagógicas, foi um desafio que me
impulsionou ir para lá. Tive contato com vários professores, analisei livros
didáticos e pude dialogar com muitos deles em palestras e informalmente. Essa
foi uma grande oportunidade de conhecer a docência em outro país de língua
portuguesa. (Professora Lúcia Rosa)
Que sentimento fica desta
experiência?
Sinto que ainda há muito a ser feito, mas
embora nossa passagem por lá tenha sido curta, foi muito válida. Fomos muito bem acolhidos pelos irmãos e pela comunidade moçambicana, fazendo desta experiência algo realmente fraternal e inesquecível. Voltamos ao Brasil com o coração apertado, pois todos os momentos foram especiais e carregados de aprendizado. Posso dizer seguramente que tudo valeu a pena e que nossas vidas mudaram para sempre. Carina
Malonn (acadêmica de História)
Convivendo por 21 dias com a comunidade de Beira,
em Moçambique, aprendi a respeitar e a entender culturas diferentes. Um povo
que em meio a tantas dificuldades é acolhedor e sorridente. Mas vi também o
quanto o voluntariado do Unilasalle é importante para eles, sempre esperando um
carinho e atenção. Crianças a espera de um estímulo, prontos e dispostos para
aprender algo novo. Janete Schneider
(acadêmica de enfermagem)
Conte uma
história marcante do contato com a comunidade.
O que mais me marcou nessa estada em Moçambique não
foi bem uma história e sim uma visita ao Instituto de Deficientes
Visuais da Beira (IDV), lá fiz uma pequena apresentação junto com uma colega,
sobre aprendizagem e acessibilidade e podemos trocar conhecimento com os
professores, ver as necessidades que eles possuíam e saber um pouco
sobre as experiências de cada um. Conhecemos também a rotina dos alunos, eles
nos deram uma pequena aula de braile e nos proporcionou uma nova experiência.
Também fizemos um passeio pela comunidade. Fomos guiados por dois alunos, que
nos mostraram o mercado Goto e a comunidade por volta do IDV. Foi um dos dias
mais gratificantes que tive. Carolina
Schwaab Marçal (Acadêmica de Ciências da Computação)
Muitos momentos foram marcantes e inesquecíveis -
agora me vem à mente o sorriso de uma menina de 11 anos quando conseguiu montar
um quebra-cabeça, após muitas tentativas, percebi que a falta de estímulo inviabiliza
a realização de atividades pedagógicas. Aquele sorriso tão sincero e tão
espontâneo me revelou a validade de estarmos ali. (Professora Lúcia Rosa)